Envolver-me
na mais obscura solidão das searas e gemer
Amassar com os dentes uma morte íntima
Durante a sonolência balbuciante das papoulas
Prolongar a vida deste verão até ao mais próximo verão
para que os corpos tenham tempo de amadurecer
...colher em tuas coxas o sumo espesso
e no calor molhado da noite seduzir as luas
o riso dos jovens pastores desprevenidos... as bocas
do gado triturando o restolho.... as correrias inesperadas
das aves rasteiras
....e crescerei das fecundas terras ou da morte
que sufoca o cio da boca.....
...subirei com a fala ao cimo do teu corpo ausente
trasmitir-lhe-ei o opiáceo amor das estações quentes.
AL BERTO
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
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1 comentário:
Conheci-o pessoalmente,
no lançamento dum livro seu,
numa livraria de Lisboa
(já não sei qual)
pouco antes do seu falecimento.
Adivinhava-se...
Cumprimentos meus
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